O golo não é o objetivo principal. Concorda?
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Eu não sou grande conhecedor de futebol. Apenas escrevo aquilo que acredito e não acredito que o golo seja o principal objetivo no futebol. Sei que muitos vão contestar a minha opinião, e não vão chegar ao fim do artigo, embora, quem chegar ao fim, vai concordar com a minha opinião. No dia que entrámos no futebol, não tem como voltar a sair, sem regressar atrasado no tempo. E nesse dia em que entrámos, abrimos uma gaveta que parece não ter fundo. Existe tanto para aprender, e a cada minuto que passa, o livro ganha uma nova página. Só quem está dentro do futebol, conseguirá perceber isso. Durante décadas, a maior parte das pessoas tem colocado o golo como o objetivo principal de um jogo, mas já existem sinais que as tendências estão a inverter. |
Cada vez mais, é tão importante defender a própria baliza como marcar um golo. E cada vez mais, as transições defensivas e ofensivas são tão importantes como os momentos defensivos e ofensivos.
Objetivo final vs Objetivo principal
Vamos relembrar os tempos do Pep Guardiola no Barcelona, com as espetaculares percentagens de posse de bola que foram atingidas. Houve, quem atribuísse essa posse de bola aos golos que a equipa marcou. Então, a forma como a equipa se relacionou com a bola, levou-a a conseguir mais golos que o habitual. Neste sentido, a posse de bola foi um caminho para o golo. Por outras palavras, o objetivo principal da equipa é a relação com a bola e o objetivo final é o golo.
Neste artigo que escrevi para um blogue parceiro, passo a citar: “Cruzar é passar a bola. Rematar, é fazer um passe para a baliza.” Com isto, quero dizer que efetuamos a mesma ação técnica dezenas de vezes até alcançar a baliza. Antes de sabermos rematar à baliza, precisamos colocar a bola em zonas favoráveis para que o possamos fazer com qualidade. E a finalização terá mais qualidade quando a bola é rematada da zona de finalização, representada na figura:
A organização adversária
As fases da saída de jogo e da criação de situações de finalização não existem apenas porque alguém se lembrou de as inventar. Essas fases, que antecedem a fase da finalização, existem porque da parte do adversário, existe uma organização que é necessária quebrar. Se não somos capazes de ultrapassar essa organização ainda no nosso meio-campo defensivo, não teremos sequer uma oportunidade para finalizar à baliza.
Então, antes de pensar que temos que marcar um golo, (que em muitos jogos, apenas acontecem meia dúzia de situações para tal), a nossa preocupação deve ser montar processos para alcançar a baliza adversária. Se colocarmos o golo como segundo objetivo, e a criação de imensas oportunidades de finalização como primeiro objetivo, podemos marcar bastantes golos. Dessa forma, estamos a pensar em quebrar a organização da equipa adversária para alcançarmos a baliza e tentar finalizar.
A sequência de ações
Continuando este pensamento, temos várias fases onde precisamos ter sucesso em todas consecutivamente, desde recuperar a posse de bola, ultrapassar a primeira organização adversária, abrir espaços para levar a bola até à área, colocar a bola na área, e só então finalizar. Como podemos nós colocar a bola com qualidade, sem ultrapassar a primeira organização do adversário?
Podemos utilizar bastante jogo aéreo, colocar a bola na frente pelo ar, e esperar que o adversário traga a bola até nós para a recuperarmos outra vez. Isto porque o jogo aéreo consecutivo é um excelente meio de entregar o controlo do jogo ao adversário.
Em vez disso, podemos criar uma saída de jogo de qualidade, uma criação de situações de finalização de qualidade, para que haja uma finalização de qualidade. E se dá mais trabalho conseguir criar todo um processo de qualidade, porque há ainda muita gente a colocar o golo como objetivo principal?
É uma questão que deixo no ar...
Dicas:
Categories: Teoria Tactica
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